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Arquitetos: GITC arquitectura
- Área: 253 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Felipe Díaz Contardo
Descrição enviada pela equipe de projeto. A obra se localiza em um terreno a leste da Quebrada El Maqui, localidade rural da Cordilheira da Costa Chilena. Esta zona geográfica forma parte de uma área protegida, a Reserva da Biosfera "Campana - Peñuelas", zona de alto valor e interesse ecológico pelos singulares e diversos ecossistemas que nela coabitam. Foi esta condição que motivou a escolha do terreno.
A encomenda: uma moradia sazonal (para 6 pessoas) e a criação de um pátio - jardim, circundante a residência, cujo elemento protagonista é a água. Com o objetivo de não alterar o ecossistema nativo do lugar, buscou-se uma área inclinada já em processo de erosão e sem vegetação. O novo projeto paisagístico deve recuperar vegetalmente a área. A localização da residência, na inclinação leste, por um lado assegurava uma boa insolação durante todo o ano e, por outro, a deixaria exposta às correntes de ar predominantes no vale.
O Projeto: a distribuição do programa, sua volumetria e a postura deste sobre o terreno responderão a duas situações opostas: uma preexistente (a geografia e o clima) e uma proposta (o jardim e a água). Um pavilhão de dormitórios se apresenta de modo elevado e exposto, orientado às vistas, às virtudes climáticas e ao domínio da geografia. O volume de áreas comuns, ao contrário, adota uma postura íntima e hermética, concentrada na atividade familiar e na sua relação direta com o jardim e a água.
A água: a extensão de água que rodeia a residência se dimensionará levando em conta uma piscina de uso recreativo e a proposta de um reservatório de água que funcionaria como filtro natural da mesma. Os requerimentos para a superfície de água, níveis e espécies vegetais do bio-filtro configurarão um jardim inundado, escavado na ladeira em contato direto e íntimo com a atividade das áreas comuns da casa. Este jardim inundado proporcionará uma fonte importante de ar fresco necessário para o controle e manejo das altas temperaturas sazonais.
O material: a materialidade da obra responderá também a duas situações opostas. O concreto armado visto nas contenções e paredes do térreo foi construído através de um sistema de moldagem com formas feito na obra. Conseguiu-se uma expressão tectônica e sólida que se relaciona com o habitante através de texturas, imperfeições e partes sombreadas que variam ao longo do dia. O segundo pavimento, por outro lado, responde a uma lógica de eficiência construtiva e climática. A estrutura de aço, permitiu satisfazer as flexibilidades formais e instalar de maneira simples uma envolvente ventilada revestida completamente em madeira.